segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Entrevista: O chamado ao Sacerdócio em Maria

1 – Quando você (s) sentiu o desejo de viver uma vocação na Igreja?
Ao me lembrar da infância e de como tudo se deu no meu chamado a vocação, penso logo nas palavras do profeta Jeremias (1, 4ss). Acredito piamente que Deus nos chama a uma vocação, seja ela qual for, desde o ventre materno, até porque já o momento de nossa fecundação é uma grande eleição divina para cada um de nós. Contudo, este chamado muitas vezes só é descoberto ao longo de um determinado tempo, após muita reflexão. Comigo foi diferente, não que seja melhor ou privilegiado, mas entendi desde muito cedo que Deus me queria para o seu serviço; nunca me recordo de em algum momento, ao ser indagado sobre o que eu queria ser quando crescer, de não ter respondido com grande entusiasmo e alegria: “Quero ser Padre!”. Fui crescendo e o desejo só aumentava, após o discernimento vocacional, conclusão dos ensinos fundamental e médio e chegar a idade de 18 anos, com grande alegria ingressei no Seminário Arquidiocesano de São Pedro, onde atualmente estou cursando o primeiro ano de Teologia e junto aos formadores e demais irmãos seminaristas me preparo à vida consagrada a Deus no ministério sacerdotal.  

2 – Como você faz para se tornar modelo para os outros na busca por sua vocação?
Penso que o maior modelo de amor a Deus e aos irmãos nos foi dado por Nosso Senhor Jesus Cristo, pois sendo Filho Unigênito de Deus, puro e imaculado, fez-se pecado para nos salvar, concedendo-nos através de sua morte e ressurreição tornarmo-nos também filhos e filhas de Deus (Jo 15,13). Daí temos que, cabe-nos, unicamente, imitar os exemplos de amor e misericórdia, alegria no servir e humildade, oração e mansidão de Nosso Senhor. Todavia, poderíamos ainda entrar no mérito de que sendo Deus, mas, vindo habitar em nosso meio, quis ter uma família, e, foi nesta família que aprendeu o que significa a prática das virtudes que seguramente foram ensinadas por Maria Santíssima e São José. Assim sendo, procuro de forma sempre mais crescente morar em meio a esta Família Sagrada para ser no mundo verdadeiro modelo de filho obediente e sempre disposto ao serviço de Deus e do próximo.

3 – Como a vivência da Escravidão de Amor atua no seu chamado a abraçar o Sacerdócio?
Entra justamente no que estava dizendo na questão anterior, Nosso Senhor enquanto ser humano foi inteiramente educado por seus pais e muito mais especialmente teve a presença materna até a sua Ascensão aos céus e ainda mais a tem hoje, pois que, viva e gloriosa reina a sua destra no céu a interceder por todos nós ainda no exílio terrestre. Pois bem, a Escravidão de Amor consiste em dar-me todo inteiro a Maria Santíssima para ser mais perfeitamente de Jesus, o Senhor. O que fazemos de extraordinário nisso? Nada. Pois apenas imitamos aquilo que o próprio Filho de Deus fez com grande benevolência: deixar-se educar e estar inteiramente e confiantemente nos braços de sua Mãe para dela aprender a total disposição ao serviço de Deus sem nenhuma reserva de si. Agradeço a Deus de ter-me concedido a graça de conhecer este método tão simples, mas, ao mesmo tempo tão seguro de crescimento espiritual. Tenho, portanto a firme certeza de que no futuro exercimento do ministério presbiteral, a Santa Escravidão de Amor será de grande valia para mim, como fiel dispensador dos bens divinos através dos sacramentos, e, de uma vida totalmente doada a Igreja e seus inúmeros filhos e filhas.

4 – Como as virtudes de Nossa Senhora são alicerces para a sua vocação?
Mais uma vez retomo as questões anteriores: a Escola de Maria Santíssima. Nela não aprendemos outra coisa senão aquilo que agrada inteiramente o coração de Deus. Já dizia São Luis Maria no Tratado da Verdadeira Devoção, que quando Deus ( A Trindade Santíssima) encontra Maria Santíssima numa alma voa para ela e lá faz morada. Assim sendo, a prática das virtudes da Santa Mãe de Deus na vida do vocacionado torna-o inteiramente apto para ser no mundo aquilo que Nosso Senhor pediu no Evangelho: Sal da terra e Luz do mundo ( Mt 5, 13-16). Sendo de Maria, sou todo de Deus, sendo todo de Deus por mais que as trevas do pecado e da morte queiram me destruir a luz do amor de Deus jamais se extinguirá, pois como dizia São Bernardo: “Nunca se ouviu dizer que um fiel servo de Maria Santíssima fosse por ela deixado de lado”...

5 - Que conselhos você daria para as pessoas que tem dificuldade para viver sua vocação ou ainda não definiram seu estado de vida?
Não tenham medo em nenhuma circunstância, de dizer sim ao projeto de Deus em suas vidas. Pois, foi ele que por amor criou a cada um de nós e nos deu todas as capacidades que temos para que também possamos deixar no mundo a nossa contribuição generosa, para que já aqui, o Reino comece a acontecer. Que sigamos sempre o exemplo de Maria Santíssima, deixando as nossas vidas ao leve sabor da benevolência divina. Que a Palavra de Deus e a oração sejam nosso encontro sempre assíduo com Deus, e que na Santíssima Eucaristia adorada e feita alimento para nós encontremos sempre a Jesus que nos fala intimamente ao coração e que nos convida a servi-lo, como outrora aos Apóstolos.




Robson Paulo

Seminarista do Seminário Arquidiocesano de São Pedro (Natal/RN), Aluno do 1° ano do Curso de Teologia (FAHS) e Escravo de amor da Ss. Virgem Maria.

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